sexta-feira, 5 de junho de 2009

Essa Tal Verdade...



O áudio visual “Essa Tal Verdade...”, busca retratar como o Ídolo do Teatro (Idola Theatri) - da teoria conhecida como “Crítica dos Ídolos” do filósofo Francis Bacon - se insere, através do campo educacional, na sociedade Conquistense.



Ídolo do Teatro:

“O Ídolo do Teatro são as limitações especiais seguidas de dogmas da filosofia ou da religião, que o indivíduo aceita e o impede de ver a verdade em outras teorias”. (REVISTA VOZ E LETRAS, 2007) “São opiniões formadas em nós em decorrência dos poderes das autoridades que nos impõe seus pontos de vista e os transformam em decretos e leis inquestionáveis” (CHAUÍ, MARILENA 2002, p.68)



A cidade:

Vitória da Conquista (Latitude: -14° 51' 58''/ Longitude: 40° 50' 22'') é um município brasileiro do estado da Bahia. Terceira maior cidade do estado e também do interior do Nordeste (excetuando-se as regiões metropolitanas). Capital regional de uma área que abrange aproximadamente 70 municípios na Bahia, além de 16 cidades do norte de Minas Gerais. Recebe constantemente habitantes desses municípios que procuram na cidade suporte educacional, mercadológico e de saúde.



O vídeo:

Para a elaboração do roteiro, entrevistamos diversas instituições educacionais assim como os estudantes que as compunham, a Secretaria Municipal de Educação e uma participante do programa da prefeitura “Vivendo a Terceira Idade”.

O vídeo é composto por fotografias feitas nas locações visitadas e imagens fictícias. A narração é realizada por uma criança, a qual também fora entrevistada.



A história:

A história trata de uma criança em busca de esclarecimentos a respeito de diversas situações, e para encontrá-las passa a observar o comportamento dos membros da sua família, já que estes não se dão o trabalho de ajudá-lo a encontrar a “tal verdade” de que todos falam.

A doutrina religiosa é representada pela mãe, que tem na sua crença uma verdade incontestável, mas não condena as outras pessoas por não aceitarem a sua verdade. Embora diga a importância de se seguir tal crença, não justifica o porquê dela ser considerada verdade, não possuindo assim argumentos seguros.

A doutrina científica é representada pela irmã que através da instrução educacional oferecida pelo cursinho e ensino médio contesta a verdade da mãe, e a menospreza por possuir tal crença. Porém parece simplesmente reproduzir o que lhe é passado pelas instituições “educacionais”, não apresentando argumentos plausíveis ao que afirma ser “a verdade”.

O irmão representa a doutrina filosófica e a principio parece ser flexível em relação as demais verdades e o direito de seus parentes em acreditar nelas, mas tal pensamento pode ser desconstruído quando o mesmo afirma que tanto a irmã como a mãe não conhecem a verdade por não levarem em conta a filosofia, ou seja, a sua verdade.

Ao pai pode ser conferido o valor daqueles que se inserem na zona de conforto, por estar sempre omisso.

À avó pode ser agregado o valor da experiência, o que é percebido na não falácia, mas sim na atitude de levar a criança a Casa de Convivência da Terceira Idade a fim de que o garoto formulasse os seus próprios pensamentos e conceitos em relação ao assunto. Tal atitude da avó pode ter oferecido à criança a compreensão de que deixar as doutrinas de lado é uma forma de compreender a verdade.


A maneira como cada membro da família entende a ‘verdade’, é influenciada pelo meio em que cada um deles vive, sendo que essas ‘verdades’ são apenas abstrações da realidade, que acaba, alienando, os componentes dessa família.


José Maria representa a todos nós. Ele se baseia sempre, no que ouve para esclarecer suas dúvidas, ou seja, se contenta em “entender” as coisas sob o ponto de vista das experiências vividas ou expressadas por outros e não busca o conhecimento atravéz das próprias experiências.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Vídeo

Entrevista concedida por alunos de terceira e sexta série do primeiro grau de escola particular.

Qual a matéria que você mais gosta?
R1: Ciências. Porque um dia eu quero ser médica.
R2: Religião. Porque tem histórias bíblicas.
R3: Artes.

Você lembra de algum assunto que estudou
dessa matéria no ano passado?
R1: Não
R2: Não
R3: Não.

E a matéria que menos gosta? Por que?
R1: História. Porque tenho dificuldade para entender o assunto.
R2: Matemática. Porque só tem contas e é muito chato.
R3: Matemática. Porque tem que fazer cálculo.

Como você estuda para prova?
R1: Leio no livro o que o professor passa sobre o assunto.
R2: Minha irmã me faz perguntas sobre o assunto.
R3: Leio o assunto e faço atividades que minha mãe passa.

Como seria a aula ou a escola perfeita pra você?
Isso faria você entender mais fácil a matéria que menos gosta?
R1: Uma professora calma, que tenha paciência. Sim. Porque com pessoas calmas consigo aprender mais rápido o assunto.
R2: Com boas professoras, que expliquem com calma. Sim. Eu não entendo matemática porque a professora ensina muito rápido.
R3: A professora tem que ser mais simpática, aturar mais os alunos, não ser brava e a aula tem que ser... Do jeito que ta esta bom

Do que tem medo? Por que?
R1: De altura.
R2: Do escuro. Porque eu tenho medo de alguém me matar.
R3: De perder de ano. Porque senão minha mãe ia me bater um bocado.

O que quer ser quando crescer? Por que?
R1: Médica, para ajudar os doentes.
R2: Professora de escola pública. Porque eu estudei na escola particular e posso passar o que eu aprendi, para eles terem mais conhecimento.
R3: Grande. E piloto de Stock Car, porque eu gosto de corrida.

Você tem alguma religião?
R1: Sim. Evangélica.
R2: Sim. Evangélica.
R3: Sim. Católica.


Entrevista concedida por um aluno do ensino médio de escola pública
O colégio oferece as matérias filosofia e sociologia? Como são essas aulas?
R: Sim. As aulas de sociologia são mais dinâmicas, mas na de filosofia é muito chata, a professora só pede pra ler texto.
E como esses textos eram cobrados?
R: Ela dava os textos, a gente lia, e depois respondia um questionário. Quase sempre individual.
Você fez o primeiro grau em escola pública?
R: Sim
Quando passou para o segundo grau, sentiu dificuldades no primeiro ano?
R: Senti por que quando eu estudava na escola municipal, passei direto da sétima série para o primeiro ano, só fiz uma prova que me aprovou na oitava série.

*Em entrevista concedida aos alunos do curso de comunicação social, o Secretário da educação de Vitória da Conquista, disse que provavelmente o aluno em questão, tinha a idade avançada para estar na oitava série. Mas não afirmou, pois este acontecimento ocorreu em um período anterior a sua gestão.

Quantas almas há em mim?


Quantas almas há em mim
Bailando em meus devaneios
A mercê dos mais loucos anseios
Que do caos faz-se estrelas até o fim?

Na intempestiva força do passado
Branda o voz dos ídolos sombrios
Soerguendo pensamentos vazios
A sombra da servidão e medo

Espectros rondam o rastro do mar
Que deixa o serpenteio de minha alma
Vagando pelos sóis da aurora calma
Em busca do próprio oceano a encontrar

De tanto buscar céus para sonhar
Entre as nuvens afortunadas do mundo
Vi tudo o que há de mais profundo
Porém somente em mim vi meu ser voar.

Ícaro Farias

Câmaras funerárias


Dos fúnebres sarcófagos do tempo
Na espectral sombra moribunda
Adormece o calor da razão profunda
Homens abjetos de pensamento
Eis o som dantesco das múmias
Em oníssono calam a voz das auroras
Reverberando nos séculos as vãs outroras!

Ante as pálidas pétalas das flores
Que gélidas emergem de suas tumbas
Bailam as caveiras em festival de horrores
E me júbilo ressucitam de suas catacumbas
Enveredando por noites e dias medonhos
Velando sobre os últimos suspiros da verdade
A trágica e insana morte dos sonhos

-Vindes amigos. Gritam as caveiras
Navegar em vosso ébrio mar de morbidez
E ancorem no passado vossa imensa solidez
Ou mesmo nas vis e gigantes fronteiras
Que se expande na rudez de vosso navio
Nas abissais sombras da escravidão sem fim
E afogais em vosso imenso vazio

Ícaro Farias

Arte da dúvida


Não sei dizer-lhe o quanto sei
Mas sei que pouco sei
A sabedoria não depende do conhecimento
Mas o conhecimento a ela pertence
Ser sábio é nunca considerar sê-lo

A sabedoria está em reconhecer
Que diante do oceano do saber
Não temos mais que uma simples gota
Ignoramos mais saber
Do que sabemos saber
Somos mais ávidos em convicções
Do que intrépidos na dúvida

Dos secos e pálidos olhares do tempo
Brota-se o nosso imenso apresso pela banalização
Ora, pior malefício da maldade não é a sua natureza odiosa em si
Mas sim a sua capacidade de torna-se banal
E uma vez tornando-se banal trona-se invisível aos nossos olhos
Assim como os negros tornaram-se escravos dos brancos
As mulheres dos homens e os animais da humanidade

Portanto, sou pequeno no que sei
Mas o que faz ser o que sou
É ser grande no que ainda não sei
Não posso apontar-lhe o dedo em direção a verdade
Mas posso dizer-lhe que a incerteza é o caminho.

Ícaro Farias

A imaginação instiga a curiosidade


A imaginação instiga a curiosidade e esta constrói o conhecimento. O advento do caráter imagético é o princípio de toda construção de extensões inteligíveis do educando, uma vez que, sem tal estímulo a construção do conhecimento é apenas uma forte ferramenta á alienação, ou seja, a formação do conhecimento isento do espírito inquiridor forjado nas flamas eruptivas da razão faz com que o pensamento se enverede por vias de contextualizações arquetipadas e ébrias acerca da realidade.
Ademais, a concretização do pensar estereotipado estimulado tanto pelos efeitos de costumes enraizados nos tradicionalismo inquestionáveis, quanto na ociosidade reflexiva, induz a ruminação a uma verbalização acrítica, que por sua vez fustiga veementemente o falecimento da criação enquanto característica intrínseca da razão. O pensar estereotipado fomenta a projeção do pensamento cristalizado, incinerando a dúvida e consumando-se em atavismos diversificados e imersos em idéias vazias, dessa forma é de vital importância na reverberação e manutenção do condicionamento segregacionista, no qual se encontra as discrepâncias sociais, miséria, inanição e pré-conceitos.
A educação a priori deve se mover a favor da emancipação do educando forjando em seus pilares acadêmicos um processo de autonomia intelectual, provocando neste a angustiante e a inestimável sede pelo saber, dando-lhe a dimensão de que este saber não se reduz a frases prolixas, métodos científicos ou mesmo intempestivas teorias filosóficas, mas que, sobretudo, este saber sirva como base para que o conhecimento suplante a si mesmo e se eleve no mais alto dever de converte-se em prática. Portanto é necessário que a educação se mescle em imaginação, ética e política, sem as quais é impossível existir uma educação humanizadora. Na imaginação o educando forja a libertação do pensamento edificando a criticidade e elevando-se no poder do diálogo coletivo a partilha e somatização do saber. Da ética provém a compreensão da respeitabilidade a partir da consciência de ser integrante de um coletivo, e que suas ações de linguagens, comportamentos e idéias influi na construção de uma sociedade crítica e justa ou uma em que homens e mulheres são alienados e coisificados. Portanto, o conhecimento é a base para uma finalidade maior, ou seja fazer do exercício intelectual, princípios transformadores do mundo onde nos tornaremos “humanos demasiadamente humanos”.

Ícaro Farias
Idolo do teatro © 2008. Design by :Yanku Templates Sponsored by: Tutorial87 Commentcute